A doença de Alzheimer, conhecida pela perda progressiva de memória, é temida por grande parte das pessoas que geralmente confunde esse tipo de distúrbio com outros problemas de memória, comuns aos idosos. Segundo o neurologista Tércio, só 5% dos casos na terceira idade são diagnosticados como “puros”, ou seja, a maior parte das pessoas são acometidas pelo tipo “misto” do distúrbio, que integra o Alzheimer a outras doenças cerebrovasculares, como o infarto cerebral.
“Precisamos ter em mente que perda de memória não é sinônima de Alzheimer. Geralmente os portadores da doença no seu estado puro perdem as funções gradativamente e não conseguem realizar simples atividades rotineiras. Já os problemas relativos a esquecimento são constatados com o avançar da idade e podem ter a ver com déficit de atenção e falta de concentração, normalmente causados pelo estresse, doenças vasculares cerebrais, distúrbios na tireóide ou déficit de vitamina B12, por exemplo”, alerta a especialista.
Segundo a neurologista, para afirmar que alguém é portador de Alzheimer é necessário que haja um comprometimento associado à outra função cerebral, como problemas na linguagem, no comportamento, no senso crítico e de julgamento ou na orientação espacial. Além disso, devem ser realizados exames específicos, como o de imagem cerebral e testes de linguagem, feitos por profissionais especializados.
Apesar da medicina ainda não ter encontrado a cura para a doença, o especialista acredita que a prática de atividades físicas adequadas pode ter influência para evitar ou retardar o aparecimento do Alzheimer. “A adoção de uma alimentação saudável, evitando comidas gordurosas e bebida alcoólica, atrelada ao hábito de manter-se ativo no contexto cultural, por meio de leituras ou atividades sociais e manuais, contribuem com a qualidade da memória e com a saúde cerebral”, explica o neurologista.
No entanto, se você possui algum caso de portador de Alzheimer na família, é importante procurar acompanhamento médico para evitar acidentes e estresse familiar e emocional. “A contratação de cuidadores familiarizados com a doença pode ser uma boa opção para o paciente. Considerando que a pessoa que cuida do paciente também precisa de cuidados. É um problema que requer paciência de quem está perto. Além disso, é imprescindível o uso de medicação adequada e manter os idosos socialmente ativos, para aumentar a qualidade de vida do portador”, ensina Tércio.
Mas não é apenas o mal de Alzheimer quem vem preocupando as pessoas. Está cada vez mais comum conhecer jovens que reclamam da falta de memória. Nesses casos, o médico alerta para ter mais foco na atividade que está sendo realizada. “Muitos jovens e adultos tendem a fazer as coisas de forma mecânica. Não havendo uma atenção na atividade. Isso pode ser confundido com problemas de memória. Mas não passam de falta de atenção e observação” explica o médico.
Porém, em alguns casos específicos, a falta de memória pode ser ocasionada por outros motivos, como para quem sofre de dores de cabeça. “Por ser muito comum, nem sempre as pessoas dão a devida atenção quando surge aquela incômoda dor de cabeça. Mas que quem sofre de enxaqueca com frequência e abusa de analgésicos sem orientação médica pode acabar sendo vítima de perda de memória e de outros males, como depressão e distúrbio do sono”, alerta Tércio.
Até as enxaquecas menos frequentes devem ser tratadas, se a dor ocorrer de três a quatro vezes no mês, o ideal é que um médico seja consultado para evitar que vire crônica.
“Se a pessoa sente dores durante 15 dias em um mês, por exemplo, e não trata o problema, o abuso de analgésicos provoca pequenas falhas de memória, além de falta de concentração. Os analgésicos têm efeito sedativo no cérebro e em longo prazo também podem causar déficit cognitivo. Algumas pessoas chegam a tomar 10 analgésicos por dia”, explica o neurologista.
10 SINAIS DE ALARME RELACIONADOS À PERDA DE MEMÓRIA:
1) Frequência alta de esquecimentos.
2) Esquecimento de coisas importantes como: pagar contas, fogão acesso, trancar a casa, etc.
3) Mudar de ambiente e esquecer o que foi fazer no outro ambiente.
4) Medo dos familiares de deixar o paciente sozinho (perda da confiabilidade e da independência).
5) Outras dificuldades associadas (dificuldade de fazer contas, dificuldade em gerir as próprias finanças, dificuldade em compreender programas de televisão, etc.… )
6) Paciente repetitivo, perguntando sempre as mesmas coisas, mesmo que já tenha sido adequadamente respondidas.
7) Recordação recorrente de fatos do passado, fora de contexto.
8) Paciente que se perde com facilidade em locais conhecidos.
9) Períodos de confusão mental quando contrai alguma infecção
10) Troca recorrente de nomes e membros da família.
Esses sintomas não fazem diagnóstico, mas são indicativos da necessidade de avaliação especializada.
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