O bebê mal nasceu e já tem que tomar algumas furadinhas. E assim será quase todos os meses nesse primeiro ano de vida e depois com menor frequência, mas ainda com um calendário a cumprir. Sofre a criança e, principalmente, sofrem os pais. Alguns adultos lidam melhor, outros nem conseguem olhar o filho tomando vacina.
Vacinar é um ato de amor e cuidado e todas as crianças devem ser protegidas. A dor, o desconforto, o medo ou qualquer crença, mito ou pensamento não podem ser colocados ante à importância da proteção que as vacinas dão. Mas e se a gente conseguisse amenizar a dor que as nossas crianças sentem pelas picadinhas, não seria melhor para todos? Isso é possível, sim. Com a ajuda da pediatra Thaís Chaves, do Rio de Janeiro (RJ), elencamos algumas táticas que podem ajudar:
Amamentar
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça a prática da “mamanalgesia”. Ao amamentar e manter o bebê em contato pele a pele, a mãe libera hormônios como a ocitocina e a endorfina, que fazem com que diminua a ansiedade materna, diminuem a dor do bebê e dão mais prazer e calma para o binômio mãe-bebê. “Coloque o seu filho para mamar um pouco antes já do procedimento proposto, mantenha durante e algum tempo ainda após, e verá que tudo evoluirá melhor”, orienta a pediatra.
“Ah, mas o bebê pode associar o mamar à dor”, “mas as profissionais do posto falam que não pode fazer, que pode engasgar ou broncoaspirar”. Segundo Thaís Chaves, esses riscos nunca foram confirmados e, ao contrário, os benefícios sim. “Os profissionais têm que estar atualizados e saber que, se a mãe quiser amamentar na hora da vacina, ela pode e deve fazer isso. A ideia é amenizar ou fazer com que o seu bebê não tenha dor, portanto, a experiência em geral para todos será melhor”, afirma.
Cantar
Tem aquela música que você costuma cantar para o seu filho desde a barriga ou, ainda, todas as noites para dormir? Então ela pode, sim, ser um excelente recurso para ajudar a criança a se acalmar e se sentir segura.
Conversa
Para crianças maiores a boa e carinhosa conversa pode ajudar também. Até porque não é legal mentir. Se a criança já entende, a melhor saída é sempre a verdade, explicando com calma e paciência a importância da vacina, que vai acabar rápido e que você estará lá dando todo o apoio que ela precisar. “Às vezes, essa previsibilidade do que irá ocorrer diminui a ansiedade e dá certo também”, diz Thaís Chaves.
Mudar o foco
Então não é para mentir e distrair dizendo que nada vai acontecer, mas você pode, sim, amenizar para que o foco no momento não seja exclusivamente na vacina. Você pode distrair o seu filho conversando, contando uma história, com chocalhos ou algum brinquedo que ele goste. Algumas clínicas particulares já dispõem de óculos com realidade virtual que distraem a criança e fazem com que esse momento da vacina seja mais tranquilo também.
Ajuda externa
Um acessório que pode ser usado em qualquer idade é o Pikluc. É um artigo simples que ajuda a diminuir a dor local.. Ele tem o formato parecido com o de uma ferradura, com várias ponteiras e uma abertura onde irá ser aplicada a agulha da injeção. “Após a limpeza de pele com álcool, aplique o Pikluc no local onde será feita a injeção, pressione com firmeza e logo dê a vacina. Essa estimulação conjunta das ponteiras do acessório com a agulha da injeção sensibilizam vários nervos da região e amenizam a sensação de dor”, explica a pediatra, que inclusive usa o acessório com seu filho Henri, de 2 anos e 10 meses.
O que podemos fazer para amenizar o sofrimento dos nossos filhos depois de terem tomado a injeção? A primeira coisa é muito colo! Se seu filho mama no peito, também pode abusar desse recurso. Gelo local com compressas frias (envoltos em uma fralda de pano) no primeiro dia da vacina também é interessante fazer, principalmente naquelas já conhecidamente mais reativas, que causam dor e febre nos primeiros dois dias. Sempre informe-se sobre isso antes com o pediatra ou os próprios profissionais do posto de saúde ou clínica de vacinação. “Os pais podem fazer uso também de analgésicos ou antitérmicos receitados pelo pediatra caso haja necessidade de usar. Mas não dê se a sua criança não apresentar reação, use apenas se precisar”, conclui a pediatra Thaís Chaves.
*Revista Crescer
Deixe um comentário