Antonio Fagundes concedeu entrevista à colunista de O Estadão Sonia Racy em que falou sobre a não-renovação de seu contrato com a TV Globo, 44 anos depois (“Estou livre para fazer o que eu quiser”), e também sobre a atuação de colegas de profissão na Secretaria Especial da Cultura do Governo Bolsonaro – primeiro Regina Duarte, numa passagem breve, mas tumultuada – e agora Mário Frias.
“Tenho pena de atores que aceitam esse tipo de coisa. Eles não têm a menor noção de como funciona aquilo ali. Não é uma novela, é um circo com regras próprias. E, dependendo do governo, as regras são mais loucas ainda. Agora, não tenho pena não de quem aceita trabalhar neste governo atual. Tenho até um pouco de raiva. A única proposta que temos visto nesses quase dois anos desta secretaria é a de acabar com a Cultura, uma proposta de desmanche, bastante coerente com a filosofia do Governo que está desmanchando o meio ambiente, a saúde, a educação, e está quase desmanchando a economia também”, falou Antonio Fagundes.
Contrato com a Globo
Sobre o fim do seu contrato de longo prazo com a TV Globo, Antonio Fagundes enxergou como positivo, porque lhe deixa aberto a projetos fora da emissora. “Quando entrei na Globo, levei alguns anos pra aceitar assinar um contrato de longo prazo porque estaria preso em uma emissora só. Mas acho, hoje, o contrato por obra encenada uma coisa boa para o ator e para empresa, no sentido que você tem mais liberdade. Estive trabalhando na TV Globo nos últimos 44 anos, recebi um milhão de convites para fazer coisas e eu não pude aceitar porque estava preso contratualmente à emissora. O fim do meu contrato é consequência de uma mudança operacional da empresa e não vejo isso como um problema não.”
Pantanal
Antonio Fagundes confirmou que foi convidado para o remake de “Pantanal” que a TV Globo planeja junto ao autor da novela, Benedito Ruy Barbosa. Seu vínculo com a empresa, no caso, seria um contrato pela obra. Por ora, sua participação ainda está em negociação. “Diria que é uma novela que precisa ser feita urgentemente, mostrando o Pantanal sem esses incêndios e, sim, com toda a biodiversidade e beleza. Temos que mostrar o Pantanal ao Brasil de novo. Fora isso, trata-se de uma grande novela, uma história com personagens muito fortes, bonitos, enraizados no nosso folclore, na nossa vida rural, de uma forma brilhante que o Benedito sempre consegue aprofundar. Então, tem tudo de bom.”
*Estadão
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