Bastam alguns minutos no feed das redes sociais para nós, mães mortais, começarmos a duvidar da nossa capacidade de amar os nossos pequenos. Principalmente depois de um dia difícil, olhar a vida cor-de-rosa postada por algumas famosas e influenciadoras nos leva a uma quase inevitável sensação de fracasso. Quem se identifica?
Isso, segundo o médico britânico Max Pemberton, colunista do Daily Mail, pode perpetuar o mito de que o amor das mães por seus bebês é imediato, e alimenta a ideia de que o parto e a maternidade devem ocorrer sem esforço. “Na verdade, muitas mães novas não se apaixonam imediatamente por seus bebês. É importante lembrar que celebridades costumam ter legiões de pessoas para ajudá-las. Com assistentes, estilistas, enfermeiras e babás, sua experiência da nova maternidade pode estar a um milhão de quilômetros de distância de pais normais”, diz o especialista.
“A sociedade diz às mulheres que, enquanto seguram o bebê nos braços, há um momento mágico em que, de alguma forma, os instintos maternos entram em ação e elas se apaixonam de forma instantânea e avassaladora. Certamente existem algumas mulheres para as quais ser mãe é fácil e outras para as quais dar à luz é tão fácil quanto descascar bananas. Mas eles estão em minoria. Para a grande maioria, um bebê é como uma bomba nuclear explodindo em sua vida. Absolutamente tudo é interrompido. Literalmente da noite para o dia, você se torna responsável por outro ser humano que faz pouco, exceto exigir alimentação e atenção”, afirma o médico.
Mas quais os riscos dessa sensação de fracasso? Na prática, segundo Max, as pessoas sentem que falharam se nem tudo for perfeito para elas. E esse sentimento pode fazer com que as mulheres desenvolvam sérios problemas de saúde mental, como depressão pós-parto. “Mais do que as causas físicas, os números mostraram que a maior causa de morte em mulheres grávidas ou puérperas é o suicídio”.
Por isso, a recomendação do médico é não se deixar enganar pelos posts de maternidade perfeita, e procurar sempre ajuda especializada se os episódios de tristeza e melancolia se prolongarem. “As melhores mães do mundo às vezes têm dificuldades no início”, completa.
*Revista Crescer
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