O Reino Unido começou, nesta terça-feira (8), a vacinar sua população contra a Covid-19 com a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer e da empresa alemã de biotecnologia BioNTech.
O país europeu é o primeiro a iniciar campanha de vacinação com a vacina desenvolvida pela parceria das duas empresas, o que pode ser um divisor de águas no combate ao novo coronavírus.
Uma senhora de 90 anos, Margaret Keenan, foi a primeira a receber a dose, em um hospital em Coventry, região central da Inglaterra, na manhã desta terça. A segunda dose será aplicada em 21 dias.
“Sinto-me muito privilegiada por ser a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19”, disse a senhora Margaret Keenan. “É o melhor presente de aniversário antecipado que eu poderia desejar porque significa que posso finalmente esperar passar um tempo com minha família e amigos no Ano Novo, depois de estar sozinha na maior parte do ano”, completou a senhora, que completa 91 anos na próxima semana.
Eficácia de 95%
A vacina Pfizer/BioNTech apresentou eficácia de 95% na prevenção à Covid -19, segundo estudos da fase 3 dos testes do imunizante. Os resultados foram apresentados em novembro. Não houve efeitos colaterais graves nos voluntários.
No Brasil
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu na tarde de ontem (08) com governadores de todo o país para fazer um balanço sobre o enfrentamento à covid-19 no Brasil e tratar sobre a compra de vacinas.
Um dia depois de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciar que haverá um Plano Estadual de Imunizações, o ministro rejeitou a possibilidade e disse que a vacinação será nacional.
No encontro, o ministro afirmou ainda que o plano pode começar no final de fevereiro, com a aplicação da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca.
“A Anvisa vai precisar de um tempo cumprindo essa missão. O registro gira em torno de 60 dias. Se tudo estiver redondo, teremos o registro efetivo da AstraZeneca no final de fevereiro, dando início à vacinação”, disse Pazuello.
Trocando farpas com o governador de São Paulo, o presidente revidou as afirmações sobre a vacina. “O Brasil disponibilizará vacina de forma gratuita e voluntária após comprovada eficácia e registro na Anvisa. Vamos proteger a população respeitando sua liberdade, e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder”, escreveu Bolsonaro, em post publicado nas redes sociais.
Lei Covid
Na tentativa de diminuir o tempo de espera pela vacinalção, foi criada a “Lei Covid” (n° 14.006/de 28 de maio de 2020), que permite o uso da vacina no Brasil se o imunizante tiver o aval de uma agência sanitária no exterior, sem depender de uma aprovação nacional.
A lei não cita especificamente “vacina” ou “imunizante”, mas permite a “autorização excepcional e temporária para a importação e distribuição de quaisquer materiais, medicamentos, equipamentos e insumos da área de saúde sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa considerados essenciais para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus.”
São Paulo já anunciou que em 25 de janeiro começa o plano de vacinação com a CoronaVac, além de prometer o envio dos dados da fase 3 para a Anvisa em 15 de dezembro. Baseado na nova lei, sendo aprovada na China, por exemplo, a CoronaVac poderia ser aplicada à população por aqui.
Vacina divide opiniões
Durante a tarde de terça-feira(08), o blog Rochany Rocha entrevistou algumas pessoas, que não quiseram se identificar, entre elas jovens e idosos, sobre a intenção de vacinação das pessoas. De 14 pessoas questionadas, 8 afirmaram que tomam a vacina na primeira oportunidade, mas 6 afirma que vão esperar mais um tempo, por não se sentirem confiantes com a eficácia da vacina, ou não estarem bem informados com relação aos efeitos colaterais.
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