Neste mês de fevereiro, as escolas particulares e algumas escolas da rede publica de ensino de Serra Talhada já iniciaram a volta as aulas. O momento é de readaptação para pais e alunos, mas deve ser ainda mais delicado para os pequenos da educação infantil. Depois de mais de um ano em casa, apesar de muitas crianças sentirem falta dos coleguinhas professores e do ambiente escolar, muitos podem estranhar a mudança, e precisar de um tempinho para se acostumar com uma volta as aulas diferente, cheia de medidas e protocolos de segurança.
Por isso, agora mais do que nunca, os pais precisam ter um olhar mais atento para possíveis comportamentos nos filhos, e entender que muitos deles podem ser normais e até esperados. Na volta às aulas presenciais durante a pandemia, não estranhe se…
…a criança que nunca chorou para ir à escola empacar no portão
Está tudo diferente. Já na entrada, os aparatos e protocolos de segurança assustam. Não dá para matar a saudade com um abraço gostoso e as pessoas mudaram mesmo. Nosso papel é acolher o sentimento, dizendo que está tudo bem estranhar, e tentar incentivar a entrada, lembrando que voltar a ver os amigos e professores pode ser muito bom.
… ao cruzar o portão da escola, a criança ficar um pouco letárgica e contemplativa
Embora seja um ambiente conhecido, depois de tanto tempo e com a adoção das medidas de segurança, o local estará diferente. É normal se ela viver um estranhamento em câmera lenta e passar um tempo observando os detalhes.
…surgirem crises de ansiedade e medo
Será que meus amigos ainda gostam de mim? Será que eu lembro como era a professora de “corpo inteiro”? Como vai ser essa sala de aula com carteiras tão distantes? As crianças sabem que encontrarão um ambiente diferente, e isso causa desconfortos. É válido falar sobre o que vem pela frente e, na volta, conversar sobre como foi. Isso ajuda a dissolver estranhamentos e, aos poucos, a normalizar o novo cenário.
…as noites tranquilas forem interrompidas por pesadelos
Os sentimentos que vivemos ao longo do dia não cessam durante o sono. Pelo contrário, muitas vezes, eles surgem de maneira ainda mais intensa e reveladora. Se isso acontecer, vale a pena falar sobre eles da maneira que for possível. Pode ser durante um papo ou ainda propor que a criança recrie o pesadelo em um desenho ou construção, como monstros de massinha.
…a criança chegar da aula muito triste ou frustrada
Com tantas mudanças na volta às aulas, é normal que os alunos vivam uma espécie de luto. Cadê o rosto da minha professora? Cadê as turmas cheias, o corre-corre no recreio? Se isso acontecer, converse com o pequeno, escute e acolha as queixas, e tente mostrar que, apesar das diferenças, é bom voltar à escola. Lembre-o de que é uma fase de transição.
…seu filho achar que o retorno à escola significa não ver mais os pais
A quarentena atendeu ao sonho de muitas crianças de ficar mais perto dos pais. É natural que associem o retorno às aulas à perda desse tempo. Para diminuir a angústia, é bom lembrá-las de que os fins de semana, feriados e férias ainda vão acontecer. E que as boas experiências da pandemia podem ser mantidas.
…a lancheira voltar intacta
Comer junto durante a pandemia virou um risco à saúde. As crianças certamente ouviram sobre isso por aí e podem ter medo da hora do lanche. Se isso acontecer, enfatize as medidas de segurança durante a refeição (distanciamento, higiene das mãos antes e depois de comer). E avise a escola sobre o que está acontecendo. A professora e as assistentes podem ajudar.
A saudade anda a mil. E a curiosidade para saber como estão a escola, os amigos e os educadores é grande. Isso pode deixar a criança “animada demais”. É preciso paciência. Vai passar.
…seu filho voltar para casa falando sem parar
Foram várias novidades e os amigos tinham muita coisa para contar! Foi um tempão longe, afinal. É natural que o pequeno queira contar tudo para a família. E é importante escutar.
Com tudo isso em mente, é importante os pais saberem acolher e ajudar os pequenos a passar por essa situação de forma leve, com muita conversa e empatia. Quanto menos esperar, seu filho estará totalmente adaptado a nova rotina escolar.
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