Eliene Viturino
Sexóloga fala sobre sexo após os 40 anos
Entrevistas

Eliene Viturino fala sobre vida sexual após os 40 anos

O sexo após os 40 anos sempre foi um tabu, principalmente para as mulheres, e falar sobre esse tema é algo que deixa muita gente desconfortável.

O empoderamento feminino, as lutas por equidade e todas as ações de inclusão contribuíram para a libertação das mulheres, que fazem suas próprias escolhas e, consequentemente, estão mais abertas aos próprios prazeres.

Há de se considerar, ainda, que a mulher de 40 de hoje, na mulher de 30 anos, pouco tempo atrás. Ou seja, a rotina diária, não limita em nada suas atividades sexuais.

Contudo, a partir dos 40 anos, quando passamos por importantes alterações hormonais, tanto homens quanto mulheres, tendem a diminuir a libido.

Pensando nisso e em outros questionamentos, a jornalista Rochany Rocha conversou com a psicóloga e sexóloga Eliene Viturino, para falar sobre o tema.

Rochany Rocha – Existem muitos tabus com relação ao sexo após 40 anos, como você classificaria essa fase da vida sexual?

Eliene Viturino – A sexualidade é uma energia que nos acompanha desde o nascimento até a morte. Mas quando se fala da sexualidade feminina encontra-se historicamente a educação repressora até os dias atuais. Então as mulheres da década de 70 de já representava os avanços proporcionados a partir dos seus direitos e da liberdade sexual que busca alcançar satisfação e prazer.

Quanto aos tabus, nota-se na atualidade a desconstrução, através do conhecimento e autoconhecimento, que a mulher vem conquistando, por meio de sua autonomia e independência de buscar a autopreservação dos seus desejos e prazeres sexuais no corpo.

Não apenas o corpo que muitos anos era apenas um lugar para guardar a sua cria, numa postura passiva obedecendo os padrões.É uma fase do desenvolvimento sexual que a mulher já se apropria mais dos seus desejos e encara com maior naturalidade e leveza da sua sexualidade.

Sobre essa perspectiva é importante ressaltar que ela se permite experienciar o sexo a partir do auto-erotismo das descobertas do seu próprio corpo,conhecendo suas zonas erógenas. Sendo também capaz de manter um diálogo que transparece seus desejos e suas dificuldades muitas vezes da própria anatomia da vagina.

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RR – As mulheres de hoje estão mais livres e com mais poder de decisão. Porém, ainda trazem algumas questões presas quanto ao sexo. Como a psicologia pode ajudar?

EV – Podemos afirmar sobre a liberdade de decidir, embora os aspectos culturais as impeçam de lidar com sua própria sexualidade como uma prática natural sem ser vista como algo que pode-se falar sobre o tema, permitido , ou se desnudar perante o outro.

É oportuno enfatizar que a sexualidade feminina é um tema de muita repressão e que além de gerar muitas polêmicas se refere a submissão.

O papel da psicologia e a grande contribuição da sexóloga é justamente contribuir com a informação sobre a desconstrução dos modelos arraigados do passado, que perpassa os dias atuais por falta de conhecimento a cerca do tema.

A partir do olhar e do sentir individual de como pensar o sexo de maneira livre, sem conceitos, rótulos, preconceitos, mitos e tabus, mas com a finalidade de sentir prazer adequado ao seus pensamentos, desejos e fantasias.

Na psicologia, usamos técnicas e ferramentas para desconstruir a sexualidade sobre o olhar cultural e social, e reeducar alinhado aos desejos atuais.

RR – Homens também passam por essa fase de diminuição da libido? Quais as possibilidades de tratamento?

EV – Quando se trata da diminuição da libido masculino, se enquadram as disfunções sexuais, que atualmente, pelas transformações no estilo de vida, tem proporcionado um aumento na busca por tratamento, justamente pelos desgastes de energia psíquica transformada pelas buscas externas como por exemplo: o estresse no trabalho, a corrida para passar em um concurso, os estudos em excessos, além dos fatores como: obesidade, álcool, drogas, tabagismo, cansaço, ansiedade, a busca pelo corpo perfeito, as medicações, depressão. Enfim, tudo que se refere a falta de controle.

Atualmente a clínica psicológica tem recebido um número maior de homens mais jovens a partir dos 25 anos até a meia idade [50 anos].  É nessa faixa etária que os jovens estão mais focados em conquistar segurança e poder, acometendo disfunções sexuais, bem como a ejaculação precoce e dificuldade em conseguir ou manter na ereção.

Nesse quadro, o trabalho é feito pelo profissional de psicologia, mas com especialização em sexualidade. Uma vez que se complementam e dialogam juntos para darem um suporte aos pacientes com disfunções psicogênicas.

A terapia sexual propõe ao sujeito uma reestruturação do pensamento, reeducação no estilo de vida, mudanças teóricas e técnicas através da construção de novos modelos e ferramentas aplicadas.

RR – como o conhecimento do próprio corpo pode contribuir para que as pessoas com mais de 40 anos possam encontrar o prazer com mais facilidade?

EV – A proposta da terapia é exatamente acompanhar e orientar a mulher a se conhecer, num passo a passo, inicialmente trazer do pensamento e colocar em palavras, para através das emoções, praticar uma intimidade com seu próprio corpo por meio do toque.

Os órgãos dos sentidos estão ligados diretamente na energia que perpassa a sexualidade, através do olhar, da escuta, do olfato, paladar e tátil. Estes sentidos serão estimulados e percebidos de maneira mais intensa e potencializados para melhores resultados no desejo sexual.

A terapia sexual acompanha o paciente ancorando na sustentação do ego, fortalecendo e clarificando suas histórias, experiências, além de cuidar dos traumas.  Nessa proposta o autoconhecimento ajudará na construção da sexualidade livre de críticas, de julgamentos e rótulos.  O contato com a própria intimidade facilitará, além do auto-prazer, o diálogo e a informação para o parceiro (a) na intimidade do casal.

RR – Podemos considerar você como uma “sex coachs”?

EV – Sim. Como terapeuta sexual e de casal, meu papel enquanto facilitador, é direcionar o diálogo entre os casais para que eles falem do que gostam, dos seus conflitos, traumas e angústias.

A base da terapia de casal é a comunicação dentro do relacionamento. Esse casal terá um lugar de escuta e de fala saudável entre eles. Essas orientações proporcionarão a criação dos novos potenciais de comunicação, possivelmente mais amorosa, sem acusações e sem cobranças.

O diálogo é fundamental para que um saiba os limites do outro, tendo a liberdade de dizerem o que pensam e tracem planos para ambos se satisfazerem e se entenderem, além de se adequarem sexualmente, harmonizando-se para uma rotina mais saudável.

 

Sobre o Autor

Rochany Rocha

Oi! Sou Comunicadora Social, com habilitação em jornalismo, o que me deu oportunidades incríveis de dirigir uma grande rádio, além de trabalhar como assessora de imprensa de grandes instituições públicas e privadas. Como Docente, tive a oportunidade de compartilhar meus conhecimentos com mais de 2 mil alunos. Já a especialização em Marketing e Jornalismo político me deu a oportunidade de conhecer pessoas incríveis e hoje, me realizo informando coisas boas para meus leitores.
Sou mãe de dois meninos lindos, que me dão motivação diária para fazer o que mais amo. Quer saber um pouco mais? Então manda um e-mail para blogrochanyrocha@gmai.com e terei o maior prazer em respondê-los. Beijos!!

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