As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento.
Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra – em um protesto conhecido como “Pão e Paz” – que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.
O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países. Infelizmente estamos vivenciando um momento político delicado, onde os poucos direitos, que nós mulheres conquistamos, estão sendo tomados pelo presidente do país e onde estão aquelas pessoas que vestiam-se de verde e amarelo, com caras pintadas nas ruas “LUTANDO” pelo país?
Bem, como cenas para os próximos capítulos, vou limitar-me a homenagem cuja qual que me prestei a fazer para uma mulher que vem se destacando em nossa região por um trabalho de luta em defesa das mulheres, Emmanuelle Silva.
Emmanuelle é professora e iniciou sua colaboração social através da atividade jornalística, a qual desenvolve com louvor e responsabilidade, respeitando um dos principais fundamentos da profissão de jornalista que é informar o povo, imparcialmente, sobre os fatos que os cercam, a fim de que tomem suas próprias decisões.
Além de ter esse papel informativo, essa jovem, dedica parte de seu tempo influenciando, positivamente, para que as mulheres de nossa região reajam aos ataques diários, às violências sofridas diariamente, seja em casa, no trabalho ou mesmo na rua. Membro do Movimento Fuáh, Manu Silva, como é popularmente conhecida, junta forças para reclamar a divisão justa do trabalho doméstico, fim da violência obstétrica, fim do relacionamento abusivo e demais violências: psicológica, moral, patrimonial. Para alguns movimentos, luta pela a descriminalização do aborto, pela liberdade do corpo feminino, salários não diferenciados por gênero, os impactos da Reforma da Previdência para as mulheres e pelo movimento Diverso.
E em nome das centenas de mulheres que deram suas vidas em prol dos nossos direitos, presto minha humilde homenagem à Emmanuelle Silva. Uma guerreira e militante de uma luta que é de todas nós. Parabéns Manu Silva pelo dia das mulheres!
Amiga maravilhosa! Força, luta e resistência.