Estamos vivenciando tempos pra lá de vergonhosos na política do Brasil. Há alguns meses, milhares de pessoas foram às ruas para que a Presidenta Dilma Roussef fosse retirada de seu mandato, mandato esse adquirido através de votação, acusada de pedaladas fiscais (retirar grana de um lugar para cobrir outro), uma prática mais que comum no meio político, a diferença é que retiram do povo para colocar em contas particulares em outros países. Mas voltando ao movimento que retirou a presidenta, onde está essa galera? Porquê essa turma está se calando diante das atrocidades que o novo presidente Sanguessuga faz com nossos direitos? Direitos conquistados depois de muito sofrimento e muita luta. A galerinha com caras pintadas vai deixar esse retrocesso acontecer?
Ontem (11), em todos os grupos de whatsapp que participo, recebi um desabafo de um médico, que seguindo seu coração e seu juramento, apostou e investiu na melhoria de vida dos sertanejos com uma clínica de oncologia. Diminuindo as distâncias entre os tratamentos e a família, tão importantes para os que necessitam de cuidados médicos diante de uma doença tão destruidora, quanto o câncer.
A clínica vai fechar!
A clínica vai fechar por falta de apoio e incentivo do Estado! Vamos aceitar isso? CARAS PINTADAS CADÊ VOCÊS!!!? JOVENS, CADÊ VOCÊS? Hoje, talvez, você nem sua família não precise desse acompanhamento. GRAÇAS A DEUS! Mas essa doença é silenciosa e vem crescendo o número de pessoas com ela. Por isso, lutem! Amanhã pode ser alguém da sua família que precise desses cuidados. ENTÃO LUTE! Não podemos perder essa conquista.
Veja na íntegra o desabafo do Médico Rogério Brandão – Oncologista.
“há dois anos de tentamos e não conseguimos sensibilizar a Secretaria de Saúde Estadual para credenciar o nosso serviço.
Sou médico cancerologista formado em 1979 pela faculdade de Medicina da UFPE, com residência médica e título de Especialista em Cancerologia outorgado pela Associação Médica Brasileira, após concurso de provas e títulos.
No Recife fundei a Oncoclínica Ltda, que veio a se tornar uma das maiores clínicas do nosso estado, depois vendida a um grupo empresarial de Belo Horizonte.
Sem querer parar de trabalhar e já aposentado, por paixão no que faço, fundei uma nova clínica, a Clinica Pernambucana de Hematologia e Oncologia – CLIPHEONCO-, onde até hoje atuo.
Tenho uma experiência acumulada de quase 40 anos dedicados à oncologia. Com milhares de pacientes tratados. Pela qualidade do meu trabalho e dedicação aos pacientes, gozo de boa reputação e prestigio entre meus pares.
O meu pai é oriundo de Serra Talhada, cidade localizada no sertão pernambucano, cortada pelo rio Pajeú, que dista 420 quilômetros do Recife. A cidade é estrategicamente localizada em uma encruzilhada de vias e próxima aos sertões da Paraíba, Ceará e Bahia. Além disto, por ser a maior cidade da região do Pajeú, é polo de convergência e desenvolvimento regional, atraindo para seus serviços toda a população vizinha, onde cerca de 450 mil pessoas usufruem a estrutura comercial e dos serviços deste município.
A pedido do meu pai, depois de uma carreira de sucesso no Recife, há cerca de três anos iniciei pesquisas para instalar em Serra Talhada uma clínica para atendimentos em oncologia e hematologia nesta cidade. Visitei todos os hospitais e clínicas da cidade. Precisava identificar uma área onde o projeto pudesse ser realizado e, uma vez iniciado, desenvolvido. Desejava tornar referencia em oncologia na região. Fui recebido com fidalguia em todos os serviços que visitei, com especial destaque ao Dr. Clóvis, diretor médico do Hospital São Vicente e ao Dr. Edmundo do hospital Santa Marta.
Nosso projeto era também do interesse da Prefeitura Municipal, que via uma oportunidade de melhorar a assistência aos pacientes oncológicos e reduzir as despesas com os Tratamentos Fora do Domicílio – TFD.
Há uma grande necessidade destes serviços na localidade. Os pacientes oncológicos hoje amargam longas viagens que duram 6 horas ou mais em nossas estradas. Isto torna o atendimento destes pacientes muito caro para os municípios e, o principal, sofrido e desgastante aos pacientes.
Sentido a necessidade e com tempo disponível, montei uma clínica de oncologia dentro das instalações do Hospital São Francisco, fundado pelo Dr. Francisco Anselmo Magalhães, bastante conhecido em toda região como “Dr. Nena”, assim carinhosamente chamado.
Em parceria com o Hospital São Francisco, reformamos uma grande área e montamos uma estrutura capaz de realizar até 15 atendimentos simultâneos. Tínhamos já negociado a contratação de colegas que em fins de residência médica, que iriam morar na localidade e iniciamos estudos para a montagem de uma unidade de radioterapia, cujas obras seriam iniciadas tão logo iniciássemos as atividades clínica, gerando recursos para as despesas.
Nosso projeto foi executado dentro de um planejamento arquitetônico rigoroso, atendendo todas as exigências técnicas que um serviço desta natureza requer. Fizemos convênios com o Hospital São Vicente, para uso das suas UTI(s) e estrutura para exames de imagens. Procuramos atender todas as exigências longas e complexas para credenciamento SUS, afinal, a quase totalidade dos pacientes da localidade são atendidos pelo SUS. Todas as despesas para realização do projeto foram bancadas pela minha clínica, desonerando o município e o estado de Pernambuco.
Quem atende pacientes SUS das dificuldades que temos, do sub financiamento dos serviços, da demora em liberação das faturas e da inexistência de coberturas para se oferecer novos e modernos tratamentos, mais eficientes e menos tóxicos.
Mas no que pese todo o apoio da Prefeitura Municipal de Serra Talhada e da sua Secretaria da Saúde, do total apoio das Câmara de Vereadores, do Clube de Diretores lojistas e Maçonaria, da aprovação em todas as comissões municipais e intermunicipais da X Região de Saúde, onde Serra Talhada é a cidade sede, da aprovação da nossa estrutura pela APEVISA, há dois anos de tentamos e não conseguimos sensibilizar a Secretaria de Saúde Estadual para credenciar o nosso serviço.
Em Serra Talhada há um projeto de investimento em saúde para construção do Hospital Regional do Sertão. Este projeto será realidade no momento em que o estado tenha recursos para os investimentos ,e hoje, a realidade do local é apenas uma placa em meio a um terreno a margem das estrada, onde o mato cresce.
Nosso serviço está pronto e funcionando. Já poderíamos estar ajudando a população local que nos procura com sacrifício, gasta em consultas e não pode realizar seus tratamentos.
Por enquanto, estamos mantendo as portas abertas e atendendo alguns casos. Poderíamos estar fazendo mais, ajudando mais, realizando mais e resolvendo a necessidade de muitos.
As exigências técnicas foram atendidas. Para tornar este projeto realidade, basta vontade política.
Estou vendo este projeto morrer antes de se tornar realidade. Será uma morte prematura e frustrará o desejo de muitos.
Precisamos do apoio da SECRETARIA ESTADUAL da SAÙDE, hoje liderada pelo Dr. Iran Costa, colega oncologista e conhecedor das necessidades deste povo.
Peço ao sr. Governador do estado Pernambuco que olhe com carinho as necessidades desta sofrida população. Quando o Hospital Regional for uma realidade, nada impede do serviço ser transferido, mas enquanto isto, por que motivo aumentar o sofrimento de quem já padece tanto?
Rogério José Brandão – Médico Oncologista Clínico, CRM (PE) 5758″
Acredito que esses problemas de saúde pública seria resolvido se o governo não pagasse planos de saúde para os funcionários, (todos, presidente, senadores, deputados, juízes…) obrigando-os a contratar um plano particular ou melhorar os atendimentos públicos