Conversamos com dermatologistas para entender as principais diferenças entre psoríase, eczema, dermatite e outras doenças de pele.
Quem já passou por alguma doença de pele como rosácea, psoríase e dermatites sabe o quanto elas podem ser incômodas. Mas muito mais do que passar o creme certo, é necessário um acompanhamento dermatológico para entender exatamente as causas e como poder evitá-las futuramente.
Pensando nisso, conversamos com as dermatologistas Cintia Cunha e Nanashara Valgas, ambas Memebros da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), para entender mais a fundo quais são as principais causas e diferenças entre as doenças de pele que conhecemos. Aos detalhes!
O que é psoríase?
É uma doença inflamatória da pele que costuma ter componente genético e pode aparecer na pele através de lesões, de placas descamativas nos cotovelos, joelhos e outras partes do corpo. “É importante salientar que não é uma doença transmissível e seu controle pode ser feito através de cremes hidratantes e pomadas anti-inflamatórias”, explica a dermatologista Cintia Cunha.
A profissional ainda explica que a psoríase pode ter relação com os aspectos emocionais e psicológicos dos pacientes, podendo piorar em momentos de ansiedade, depressão e estresse podendo se alastrar por todo o corpo. “Quando o caso é muito grave, é necessário incluir medicações orais escolhidas de acordo com a intensidade, quantidade das lesões e a quantidade do corpo afetada.
Existem hoje tratamentos imunobiológicos injetáveis que conseguem dar resultados rápidos e com um controle praticamente completo do quadro”, explica.
O que é eczema?
É uma doença inflamatória da pele com origem variada, pode estar relacionado a alérgenos e infecções na pele. “Ela apresenta uma lesão descamativa localizada em um ponto específico e pode ser controlada facilmente com hidratantes”, explica Cintia Cunha.
Ela não tem componentes genéticos e não é transmissível para outras pessoas – quando tratada, a eczema sara por completo.
O que é dermatite?
Trata-se de uma irritação na pele, caracterizada por vermelhidão, descamação, coceira e formação de pequenas bolhas – esses sintomas podem surgir de formas diferentes, de acordo com o tipo de dermatite e a área do corpo afetada.
“Normalmente as dermatites costumam ter origem alérgica, em decorrência de diferentes fatores. É sempre importante consultar um dermatologista para entender as causas e como tratar”, explica a dermatologista carioca Nanashara Valgas. Os tipos de dermatite são classificados por suas características e os locais em que aparece. Entenda os tipo:
Dermatite atópica:
uma das mais comuns, se caracteriza por uma irritação crônica na pele causa secura com a formação de erupções e crostas que coçam bastante. As causas para a dermatite atópica são bastante diversas e incluem fatores genéticos ou resposta a reações alérgicas por conta de estímulos ambientais (poeira, fumaça etc.) ou imunológicos.
Dermatite de contato:
é uma irritação de origem alérgica, que gera erupções cutâneas, vermelhidão, coceira e descamação. Na fase aguda, podem aparecer bolhas. Não é contagiosa e, muito menos, oferece risco para o paciente.
No entanto, incomoda bastante e pode espalhar-se rapidamente. Os lugares mais comuns de ocorrência da dermatite de contato são as mãos e a face, porque são mais sujeitos à exposição de agentes irritantes. Eles podem ser desencadeados pelo uso de cosméticos, bijuterias ou até alguns produtos químicos e de limpeza.
Importância da rotina de cuidados com a pele
Dermatite seborréica:
trata-se de uma doença crônica com descamação e formação de placas avermelhadas e amareladas. “Acontece mais em regiões do corpo com muitas glândulas sebáceas, como o couro cabeludo e o rosto”, complementa Nanashara Valgas. Não é contagiosa.
Dermatite de estase:
é a menos comum e resulta da falta de circulação do sangue e de outros líquidos na parte inferior das pernas. Normalmente acontece mais em pessoas com varizes, podendo desenvolver insuficiência venosa crônica.
Dermatite esfoliativa:
é uma inflamação mais grave, que atinge toda a superfície da pele provocando rachaduras, escamas e vermelhidão. “Aqui, a camada cutânea superior chega a se soltar. Pode acontecer como efeito colateral de alguns medicamentos, como barbitúricos e antibióticos, ou como complicação de outro tipo de dermatite”.
O que é rosácea?
É uma afecção de pele que costuma afetar mais as mulheres de meia-idade e com pele clara. A doença pode ser confundida com acne já que o principal sintoma é a vermelhidão na região da face, com caroços vermelhos inchados e pequenos vasos sanguíneos visíveis.
O tratamento consiste na prescrição de antibióticos ou medicamentos anti-acne que ajudam a controlar e reduzir os sintomas, que tendem a piorar se não forem tratados corretamente.
Como identificar as diferenças?
Todas essas doenças de pele podem ser facilmente confundidas, portanto, é de extrema importância um diagnóstico feito por médico dermatologista. “Os sintomas, de maneira geral, podem ser bem similares – coceira, lesões na pele, bolhas e placas vermelhas”, ensina Nanashara Valgas.
Produtos certos
Investir em um hidratante adequado é importante, já que a pele seca facilita o contato com os agentes que desencadeiam os sintomas destes diferentes tipos de dermatites. “Recomenda-se o uso de um hidratante branco e sem perfume, ao menos duas vezes ao dia, de preferência sobre a pele já úmida.
Outra dica é evitar a água muito quente, sobretudo no inverno, pois quando ficamos muito tempo no chuveiro sob a água quente, a pele tende a ficar ainda mais seca e irritada”, complementa Nanashara Valgas. De acordo com as experts, o ideal é que o banho dure entre cinco e dez minutos, em água com températura morna ou fria, sem o uso de buchas ou sabonetes perfumados. Anotou?
*Glamour Brasil
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